Com sabor a vingança
Futsal: Marítimo superioriza-se no derbi e ruma à final da Taça da Madeira
Era um jogo aguardado com alguma expectativa, pois em causa estava, não só uma presença na final, com também, a forma como o conjunto verde-rubro reagiria depois de ter claudicado na parte final do campeonato, cedendo o ceptro regional para os rivais alvi-negros.
O Marítimo entrou muito forte e no primeiro minuto, Marco Tavares efectuou duas espectaculares defesas, a remates de Hugo. Todavia, o golo inaugural não tardou num remate de Orlando Gomes que deixou o guardião nacionalista sem reacção.
Após o golo, o Nacional reagiu e passou a controlar um pouco mais os acontecimentos, criando problemas a Monteiro e seus pares. A partida estava aberta e em determinadas fases, ganhava velocidade e ambos os guarda-redes eram chamados a intervir. Não obstante, até ao intervalo, não surgiriam mais golos e a vantagem do Marítimo acabava por ser justificada.
A segunda metade, mostrou um Nacional muito mais agressivo, procurando a todo o transe, corrigir o resultado.
Logo no minuto inicial, Nuno Barros depois de ultrapassar Monteiro não acertou com a baliza. Estava dado o mote, para o que seriam 20 minutos, bem jogados, com emoção e golos.
O Nacional era agora o conjunto claramente mais ofensivo e aos 24 minutos, Marco Tavares pareceu ter defendido com as mãos fora da área, contudo o árbitro nada assinalou.
O Marítimo jogava com a anisedade do seu adversário, mas aos 30 minutos, após um jogada de entendimento, Ricardo obrigou Monteiro a uma defesa apertada com os pés.
Todavia, dois minutos volvidos, após uma insistência de Orlando Gomes, Chico aproveitou para rematar colocado e oferecer ao Marítimo uma vantagem mais substancial.
O Nacional assumiu então, maiores riscos e sem nada a perder, colocou Ricardo Caldas como guarda-redes avançado, o que poderá ser considerada uma “faca de dois gumes”. Por um lado, oferece maiores linhas de passe, mas por outro, penaliza fortemente a equipa num erro. E foi isso que veio a suceder, com Chico a aproveitar esse facto para voltar a marcar. Tudo parecia perdido para os alvi-negros, que estoicamente lutavam para rapidamente poder chegar ao golo e acalentar alguma esperança em dar a volta ao resultado.
Até que aos 36 minutos, Hugo voltou a marcar e fechou a contenda. Ainda antes do final, Alexandre num livre directo, reduziu a vantagem, mas já sem qualquer efeito prático no desfecho do jogo.
Em suma, o Marítimo de uma forma calculista, venceu o seu grande antagonista da época, procurando agora alcançar uma vitória na Taça da Madeira.
Por seu turno, ao Nacional fica o sentimento de uma época em grande e um regresso às provas nacionais.
Ricardo Caldas (treinador do Nacional): «Penso que os números finais do resultado, não traduzem minimamente o que se passou em campo. Fomos uma equipa com mais posse de bola e mobilidade, criando muitas situações de golo, contra um conjunto que limitou-se a jogar no nosso erro. Aproveitou e marcou em alturas cruciais. Há que dar os parabéns aos vencedores, mas também aos meus jogadores, que apesar da derrota, saem daqui com a cabeça bem erguida e com o sentimento do dever cumprido».
Roberto Gonçalves (treinador do Marítimo): «Penso que, uma vez mais, provámos que nos confrontos directos com o Nacional, fomos sempre superiores. Isso demonstra que esta equipa tem valor. Lutámos durante o campeonato contra tudo e contra todos. O futsal no Marítimo ainda tem algumas lacunas, próprias de uma modalidade amadora. Hoje (ontem) na taça, foi uma continuação do que temos feito até hoje. Não lhe chamarei uma vingança, mas sim uma demonstração do nosso valor».
Ficha do jogo: Pavilhão da Camacha, dia 19 de Maio de 2007, pelas 19:30 horas.
Jogaram pelo Marítimo: Monteiro (GR), Libânio, Hugo, Bruno e Orlando.
Jogaram ainda: Rosé, Renato e Chico.
Marcadores: Orlando, Chico(2) e Hugo.
Resultado ao Intervalo: Nacional 0 - CSMarítimo 1
Resultado Final: Nacional 1 - CSMarítimo 4
